Crônicas da Redação - #4 Arquivo - Inferno: via Purgatório


Crônicas da Redação






#4 Inferno: Via Purgatório






/Meu computador/Arquivos de Programas/CyberScript



Carregando...




CyberScript: Propriedade do Programa/Executar. .. ...





Carregando...


/as auth SeIfeR #0906¢





Connecting...



Logging in...

-- *** Looking up your hostname
-- *** Checking Ident
-- *** Checking login
-- *** Couldn't look up your hostname
-- *** Got ident response
-- *** Login accepted


Bem-vindo ao OnlineGamesNet IRC Network, SeIfeR

ChanServ convidou para entrar no #ikariam.br-arquivo




Carregando...





[21:03:17]


As minhas noites de sono estavam se tornando cada vez mais curtas...

Esta noite em especial havia sido mais curta do que eu imaginava, havia sonhado com minha jornada atrás da BabyFirefly, ainda escutava os tiros em minha direção, sentia a chuva caindo sobre minha cabeça e até mesmo a jamanta da tartaruga que eu havia pulado, todos os detalhes me perseguiam e me assombravam no sonho, o rosto do Pcs44 não saia de minha mente, precisava saber quem era ele e o que ele queria, por que raios ele estava no escritório da administradora aquela noite?

Acordei de uma forma bem carinhosa...

- ACOOOOOOORRRRDDDDAAAAAAA TOPERA OU VOCÊ VAI PERDER A HORA!!! - Esta delicada gritando na minha orelha era minha mãe.

- Nossa... - Ainda estava zonzo e um pouco suado por me debater a noite toda, tentei abrir os olhos, mas a claridade do dia não deixava e me convidava para deitar novamente, convite o qual eu sabiamente respondi - Só mais 5 minutinhos mãe, já já eu levanto.

Deitei-me novamente cobrindo o rosto com minha coberta.

- Ok, mas você já esta duas horas atrasado.

... Minha mãe sabe realmente como me acordar, me senti como um gato jogado na água fria.

Pulei da cama desesperado em direção ao banheiro e tomei o banho mais rápido da minha vida, tomei uma xícara de café e sai voando rumo a sede da GameForge chamada IkariamBR.

Ao chegar ao portão meu amigo-tigre-siberiano-armado estava com cara de sono arrumando seu colete.

Disse um olá rápido e corri rumo ao jornal no prédio Horizonte (Que parecia mais horizonte da falência), ao entrar percebi que tudo estava calmo, o que era um milagre, e notei que metade dos funcionários ainda não tinham chegado, o Filipetbd com seu um metro e meio estava caminhando com seu jeito desengonçado pelo mezanino com algumas pastas na mão e com seu colar vermelho e azul dançando em seu pescoço de um lado para o outro.

A me ver ele abriu um sorriso e se aproximou do parapeito do mezanino, fechou a pasta que estava aberta onde ele estava depositando sua concentração e a transferiu para mim.

- Aoooo olha quem chegou, se não é o projeto de James Bond em pessoa.

Neste momento todos os funcionários olharam para mim e esboçaram um sorriso de deboche, fiquei corado imediatamente.

Caminhei apressado e de cabeça baixa até minha mesa e iniciei meu computador onde abriu um relógio enorme em minha frente mostrando que... FALTAVAM 20 MINUTOS PARA EU ENTRAR... Em certas horas eu odeio minha mãe e a maneira como ela me acorda...

Filipetbd que tinha descido do mezanino encostou-se a minha mesa e observou meu rosto, que pela expressão dele eu não deveria estar nada bem.

- Está tudo bem? Sua cara é de quem caiu da cama.

- Sim, sim, apenas tive uma noite não muito agradável. - Falei sem olhar para ele com as mãos no rosto em uma tentativa desesperada, e inútil, de afastar o sono de mim.

- Pelo visto você é um dos que gosta de sair a noite - Fiz menção de negar a afirmação dele, mas o mesmo me atropelou não dando tempo nem de pensar no que eu iria dizer - O pessoal da equipe de jogo vai se reunir hoje, talvez alguém da moderação irá aparecer, você devia vir conosco.

Ele sacou uma caneta e anotou o endereço no meu bloco de notas e em seguida saiu em direção a sua sala.

Olhei o papel e entendi o porquê usávamos o computador ao invés de escrever, sua letra era catastrófica, mas compreendi o que estava escrito:

"Praça Roosevelt - 20:30 - PPP: Papo Pinga e Petisco.

Qualquer coisa liga: 8559-4121

Espero-te lá

P.s.: Chama a Trial Laris, você vai encontrá-la no Purgatório."

Papo Pinga e Petisco? Que pessoa normal em sua sã consciência iria a um lugar com este nome? Eu ainda estava incumbido de chamar uma pessoa que eu nem conhecia na sede de moderação?

Desta noite eu não passava.

Ok, eu poderia ter sido inteligente o suficiente para negar este convite, mas como eu não gostava de dar furos eu sabia que eu iria... E maravilha de vida...

Sabia que não seria fácil encontrar a Laris por isso me dediquei a edição da minha entrevista até a hora do almoço, não tinha muito trabalho então decidi procurá-la depois de comer.

As horas passaram normalmente, apenas em um momento que a Editora Brandy veio até minha mesa e ficou olhando para mim estática... Eu olhei para ela... Ela olhou para mim... E ficamos meia hora parados olhando um para o outro... Eu sei que meia hora é muito tempo, mas eu tive que fazer este drama, foi apenas alguns segundos até eu finalmente quebrar o silêncio barulhento que estava entre nós.

- Oi... É... Posso ajudar?

Ela tinha um olhar penetrante, seus grandes olhos negros e profundos davam uma seriedade a ela quase severa, seu cabelo estava preso atrás com um rabo de cavalo e trajava uma roupa social feminina, sua postura ereta e seu rosto neutro davam a ela um ar misterioso, porém seu sorriso era contraditório a toda sua expressão, era meigo e aberto, quase despreocupado.

- Devia se arrumar um pouco melhor antes de vir trabalhar, está com uma péssima cara - Ela colocou ao meu lado a xícara de café que estava em sua mão - Beba, vai fazer você se sentir melhor.

E saiu andando com seus passos firmes e precisos, era quase uma dança seu modo de andar e pude notar que alguns redatores a olhavam de soslaio, olhei a caneca em minha mesa com café quente, o que provavelmente me daria um "up" para trabalhar, no primeiro gole pude perceber que na caneca havia escrito "Eu amo meu trabalho"... Que ser teria uma caneca assim?

Logo pensei se a Brandy era deste planeta...

Ao dar minha hora de almoço decidi dar início a minha jornada em busca da Laris, não estava com fome e não poderia haver muitos problemas nisto certo? Errado!

Deu tudo errado, o prédio da moderação (aka. Purgatório) era longe e foi uma bela caminhada, no caminho notei que o fluxo de pessoas com colares verdes aumentava o que não me deixava confiante, me senti uma gota d'agua no jardim do Éden.

Parei na frente do prédio da moderação que se parecia com metade de uma esfera, o prédio era verde e circulado por grandes portas de vidro transparente que mostravam o corredor interno de paredes brancas, mal vi a inscrição na fachada: "Purgatório - Equipe do Fórum"

Não sei o porquê, mas tive um frio na espinha.

Adentrei assim no purgatório, uma cena um pouco poética... Para você, pois para mim era aterrorizante, mas mesmo assim eu adentrei no mesmo.

Na recepção me deparei com um homem alto, de porte militar, seu cabelo estava batido e trajava um uniforme do exército, seus olhos eram fundos e penetrantes, sua pele estava bronzeada onde deduzi que ele não ficava muito tempo ali dentro, ele era um pouco maior que eu, devia ter seu 1,90m de altura, ele estava analisando uma pasta verde e tinha um colar verde escuro em seu pescoço, me aproximei do mesmo um pouco sem jeito.

- Olá, poderia me dizer onde encontro a Trial Laris?

Seu olhar foi severo para mim, quase senti minha alma sendo aniquilada antes mesmo dele dizer qualquer coisa, ele não tinha cara de muitos amigos e provavelmente também não queria ser meu amigo neste momento, sua fala foi simples:

- Não, saiu e não volta hoje. - E voltou a se concentrar no seja-la-o-que-for que estivesse dentro daquela pasta.

Saí assim do Purgatório e notei que já era tarde, voltei ao Horizonte e esperei o tempo passar.

Ao dar meu horário de saída verifiquei novamente o papel que o Filipetbd havia me dado e decidi assim ir ao encontro que ele me convidou, sai do IkariamBR e a noite já caia sobre a cidade, estava uma noite linda com o céu aberto, uma lua cheia resplandecente embora o vento frio penetrasse em minha pele, coloquei minha blusa e segui ao ponto de encontro.

Ao chegar ao local percebi que era um barzinho muito bom, estava cheio, na frente havia algumas mesas colocadas para o pessoal que fosse fumante, pois não era permitido fumar lá dentro, e todas as mesas estavam lotadas com pessoas em pé com seus copos na mão perto da guia, na entrada a direita via-se a imagem do Elvis Presley em tamanho real com luzes a sua volta, e assim eu entrei no chamado PPP.

Lá dentro o ambiente era muito agradável e confortável, havia discos na parede, uma jukebox, varias mesas todas lotadas, uma garrafa de Jack Daniels gigante entre milhares de outras iguarias dos bons tempos de música que lembravam os bares undegrounds de Nova York... Não sei o porquê, mas me senti em casa naquele lugar.

Mais adiante estava o Filipetbd sentado em uma mesa com mais 2 pessoas, uma moça com cabelos lisos e pele branca como a neve, seu cabelo cor de fogo destacava sua pele, a mesma sorria com graça esbanjando todo seu charme em seu largo sorriso, trajava uma calça jeans, uma camiseta regata branca decotada e uma blusa azul por cima, pendurado em seu pescoço notei o colar vermelho vivo e logo pensei que não estava em boa situação, mas tive certeza disto ao ver o cara que estava ao seu lado, ele era um pouco mais alto que o Filipetbd, tinha um rosto fechado também com cara de poucos amigos (O que é normal, depois de um tempo trabalhando na GF você se acostuma), estava de terno e gravada, o modelo era grande porém tinha o cimento certo nele que o deixava com uma aparência muito alinhada, seu cabelo cortado bem curto destacava seu olhar de mau-humor

Logo pensei o que dizer a minha mãe quando fosse demitido, pois o mesmo carregava um colar vermelho escuro no pescoço, o que eu aprendi que não era um bom sinal.

- Seifer, você veio! - Gritou o Filipetbd a me ver, o mesmo se levantou e me deu um abraço voltando logo depois a seus amigos que estavam sentados com ele - Pessoal, este é o Seifer, redator do Jornal O Ikariano, Seifer estes aqui são meus amigos, a GO Ruiva e SGO Fuchs, sente-se conosco.

Meio sem graça eu me sentei e observei o olhar de ambos me estudando como se eu fosse um rato de laboratório, isso me deixou ainda mais constrangido.

- Eeeeeeeeee, mais um para compartilhar as noites conosco, bem vindo ao PPP Seifer, o bar de toda a equipe do IkariamBR- Disse-me a Ruiva com seu já tradicional sorriso largo no rosto

-Obrigado - Disse sem graça- é um prazer estar aqui com vocês

- Vai ser um prazer até um de nós banir você ou então tirarmos você da equipe - Amistosamente (Se isso for possível) falou o Fuchs a mim, onde eu senti que estava encolhendo em minha cadeira.

- Ele esta brincando com você, não se preocupe, ele faz cara de durão, mas é um bom amigo - O Filipetbd tentou me acalmar neste momento, mas não estava indo muito bem em sua função - E a Laris, não veio contigo?

- Infelizmente não consegui encontrar ela, um senhor de aparência militar me disse que ela havia saído e não retornaria hoje - Me expliquei.

- Não tem problema, você veio, um brinde a isso! - E todos levantaram seus copos para brindar.

Este foi o início da noite, seguimos conversando sobre trabalho, pessoas, o noivado da Ruiva que tinha acontecido há pouco tempo entre outras coisas, bebemos de tudo, desde cerveja até algumas cachaças que eu não sabia o que era, quase no final da noite tudo estava rodando, não tinha mais controle sobre minhas palavras e minha boca estava um pouco dormente, estava tão leve naquele momento.

Quando anunciaram que estávamos de saída a Ruiva nos ofereceu uma carona, isso já era quase 3 horas da manhã, e só quando eu me levante eu tive a certeza absoluta de algo que eu nunca antes havia tido: Eu estava completamente Trebado!

No carro da Ruiva tudo estava girando, a paisagem estava confusa e eu estava entrando em pânico, a última coisa que eu me lembro era de ter aberto o vidro traseiro do carro da Ruiva e sentido tudo que tinha no meu estômago e o Filipetbd dizendo: "Deixa, pelo menos ele ainda tem fígado"

Depois disso tudo se tornou escuridão e eu já não sabia mais nem quem eu era até finalmente deitar em minha cama [Não sei como subi as escadas] e deitado, o rosto do pessoal da equipe de jogo passava como vultos em minha mente antes de adormecer e eu sabia que o presente que eu deixei no carro da Ruiva não seria muito bom para mim no dia seguinte... A ressaca me aguardava, mas será que era só isso mesmo que eu teria no dia seguinte ou mais coisas ruins estavam a caminho? Não havia como saber... Ainda.


/part





Disconnected from irc.onlinegamesnet.net







[03:10:17]










Continua...  

Comentários