Crônicas da Redação - #Arquivo 2 - Acesso Liberado



Crônicas da Redação





#2 Acesso Liberado




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[01:59:28]




Quando dizemos que vamos trabalhar em um jornal logo imaginamos uma grande instituição na qual tem muita gente correndo pelos corredores e tendo ataques de nervos, papeis voando para todos os lados, editores gritando e xingando a tudo e todos... Fora o congestionamento quilométrico na máquina de café certo? Eu achava que era assim até chegar a pequena instituição do Ikariam.BR...


Acordei naquela manhã como sempre, só estava com borboletas em meu estômago devido ao primeiro dia de trabalho mas sabia que ia me sair bem... Ou pelo menos queria saber que iria me sair bem, mas isso já era algo muito além do meu pensamento para eu mesmo compreender, compreende? Não? Que pena, nem eu!


A instituição do Ikariam.BR na época era um pequeno conglomerado, localizado no centro da cidade, onde havia uma torre gigantesca com o brasão imponente da GameForge. O muro amarelo que se erguia circulava uma área de pelo menos uns quatro quarteirões, no topo do muro se via uma corrente de arame farpado e câmeras de vigilância a cada 2 metros, de modo que conseguiam ver tudo que se passava ao redor, nesta hora eu ficava me perguntando se o responsável por todas essas câmeras estaria olhando para elas ou comendo mais uma rosquinha como nos filmes, mas ninguém nunca me respondeu isso e sinceramente eu não queria mais saber sobre isso, já estava com a cabeça muito cheia de nervosismo, estresse, anti-depressivo, calmante e suco de maracujá, que já estava me dando embrulho no estômago.


Ao chegar no portão principal de duas folhas que brilhava com o sol e tinha o emblema da GameForge moldado, vi uma guarita onde se encontrava dois seguranças armados conversando com um terceiro que estava de olho em uma pequena televisão, com as pernas um pouco trêmulas eu respirei fundo e chamei um deles que imediatamente se virou para mim com sua pistola apontada para minha cabeça.


- Identifique-se! Rosnou um deles com sua voz rouca, era um homem alto com cabelos e barba branca, e com a sua voz eu me perguntei se seria um Tigre Siberiano evoluído.


- Sou o SeIfeR, novo redator do jornal e hoje é meu primeiro dia e... Vocês sempre apontam armas para os visitantes?


Ele abaixou sua arma e disse algo no rádio de seu ombro que eu não consegui escutar e aguardou uma resposta, depois de algum tempo ele abaixou a arma e abriu um sorriso simpático caminhando em minha direção.


- Desculpe-me senhor, mas é um procedimento padrão, poucos são os que batem em nossa porta, os demais funcionários entram com seus crachás e senhas. Disse-me o segurança em um tom alegre, depois percebi que ele não teria coragem para atirar se eu fosse um bandido, acho que na verdade ele só usa a intimidação, mas mesmo assim não gostaria de ver ele em um dia de ovo virado.


Entrei pelo portão principal e me deparei com um pequena cidade lá dentro, existiam três prédios e duas casas, todos com o grande brasão estampado "GF", um deles era vermelho com janelas espelhadas, ao inicio do dia tinham um tom alaranjado parecendo um prédio de chamas, sua arquitetura de flecha de modo que o último andar devia conter apenas uma sala, espaçosa, mas apenas uma sala, ao passa pela frente dele percebi uma inscrição em sua fachada dizendo: "Inferno - Equipe de Jogo" e deduzi automaticamente como eles deveriam ser.


Nota mental: Não se aproxime.


Ao sul do "Inferno" tinha uma outra estrutura arredondada de modo que se parecia com metade de uma esfera, o prédio era verde e circulado por grandes portas de vidro transparente que mostravam o corredor interno de paredes brancas, sua fachada era mais amena e menos intimidadora, mas mudei de ideia logo que vi a inscrição na fachada: "Purgatório - Equipe do Fórum"


Esse pessoal ou é masoquista ou são todos psicopatas assassinos, não é possível!


No centro havia um prédio majestoso que deixaria o Empire State no chinelo, ele era reto como um Obelisco porém muito maior e mais largo, era branco com uma gigantesca espiral de vidro a sua volta com vários tons diferentes variando entre vermelho, verde, azul e roxo e no final existia uma grande estrela com o símbolo da GF que rodava lentamente em todas as direções, mais tarde percebi que este prédio era a grande torre que eu via do lado de fora, mas a mutação de sua forma com a distância era algo que eu não conseguia explicar e na atual situação eu não queria, em sua fachada estava escrito em letras douradas: "Pandemonium - Administração"


A frente dele havia uma mulher que aparentava ter 27 anos, ela estava com um vestido azul e um casaco branco por cima, sua pele era branca como a neve e entrava em contraste com sua vestimenta, tinha cabelos castanhos cacheados até a cintura e acenava para mim com um sorriso no rosto mostrando seus traços que se assemelhavam a traços felinos, meio confuso e aturdido caminhei em sua direção, ao me aproximar ela me deu um abraço, isso me tranquilizou depois de passar pelo caminho da escuridão que me deixou com medo de trabalhar ali.


- Olá, eu sou a Stinky, a líder de equipe, você deve ser o novo redator, o SeIfeR, correto? Acho que balbuciei alguma coisa sem coerência nenhuma, não conseguia deixar de olhar para seus olhos de cor cinza hipnotizadores, mas finalmente depois de tomar umas tapas do meu inconsciente consegui pronunciar:


- ... É...


Tá ok! Não foi o comentário mais inteligente da minha vida e tenho certeza que eu serei condenado por isso até o fim da minha vida maaaas... É o que temos para hoje.


- Seja bem-vindo a Corporação Ikariam.BR, pelo que vi já observou nosso complexo. Seu comentário foi simples, mas me deixou envergonhado, o porquê eu não sei, mas o impulso de abaixar a cabeça foi mais forte.


Como eu sou tonto!


- Só não consegui achar o prédio do Jornal, onde ele esta? Perguntei olhando a minha volta tentando achar outro majestoso prédio escondido em algum lugar.


- Ah! Sim, acompanhe-me por gentileza que eu lhe mostro.


E seguimos uma caminhada para o leste da torre central, percebi uma pequena movimentação de pessoas onde todas usavam um colar com uma cor diferente, os que eu mais vi eram verdes e vermelhos, a Stinky também tinha um, mas o dela era dourado com um pingente da GameForge branco, bonito, mas não olhei muito porque ela podia achar que eu estava... Bem... Isso não vem ao caso certo?


Depois de uns 10 minutos andando paramos em frente de uma casinha antiga de dois andares, que um dia eu acho que foi azul marinho, em sua fachada estava escrito: "Hor z te - Jor al O'Ika ian" Fiquei matutando um tempo este código hebraico em minha cabeça até a Stinky falar.


- Bem-vindo ao Horizonte - Jornal O'Ikariano!


... Uma manutençãozinha acho que não faria mal a ninguém, pensei com meus botões.


- Aqui é onde irá executar suas funções como redator, ficará bem aos cuidados da Angelit, nossa administradora do jornal.


Ela mau terminou de falar quando vi uma cadeira voar pela janela do segundo andar e gritos saindo de dentro da casa, me espantei mas a Stinky não se mexia, como se isso fosse normal, em seguida vi um garoto de uns 19 anos, terno e gravata sair xingando tudo e todos, ele parou a nossa frente e seus olhos castanhos cruzaram com os meus antes de encontrar os olhos de minha guia.


- Estou farto desta palhaçada, não aguento mais esta incompetência, agora chega - Ele tirou de seu pescoço o colar azul que ele carregava e o arremessou no chão pisando nele logo em seguida - Eu me demito! Após falar isso ele saiu batendo os pés em direção ao portão principal, Stinky sem mostrar qualquer reação se virou para mim e disse:


- Este é o NickNoForum, Diretor... Ou melhor: Ex-Diretor do jornal, ele já vinha tendo alguns problemas, mas pelo visto ele não volta mais.


Dizer que aquilo não tinha me afetado seria mentira, mas calmamente me passou um único pensamento na cabeça: "Que diacho é que eu ainda estou aqui e não saí correndo?" Não que eu seja medroso, longe de mim, mas isso era um absurdo.


- Vamos? Stinky estendeu a mão para mim em direção a entrada do "prédio" por onde entramos pela única porta de madeira maltratada que tinha.


Dentro percebi algumas mesas desarrumadas e um amontoado de pessoas correndo para lá e para cá e uma argentina gritando e berrando ordens para tudo e todos, tive a impressão dela estar gritando até com a máquina de café... Acho que estou enlouquecendo.


- Aquela é a Angelit. - Sussurrou Stinky ao meu ouvido - Se eu fosse você tomava cuidado com o que disser perto dela.


Foi muito animador o comentário dela, admito que me senti muito a vontade... De correr dali.


Stinky e eu caminhamos em direção a escada por onde Angelit tinha subido após ter seu maravilhoso café expresso, passamos por algumas portas e no final tinha uma entreaberta que estava com uma plaquinha dizendo "Administração". Adentramos na sala onde percebi que a argentina estava mais calma, mas seu olhar era implacável, como o de uma leoa olhando para seus filhotes em perigo, mas apesar disso ela era muito bonita, tinha um corpo esbelto, pele branca como a Stinky, cabelos ruivos e olhos azuis bem claros, ela se sentou e nos convidou a fazer o mesmo.


Stinky explicou a ela quem eu era enquanto eu não ousava abrir minha boca, e hora ou outra eu percebia a impaciência da Angelit, creio que por falta de mais café ou excesso do mesmo, mas depois de uma curta conversa Angelit se levantou onde eu e minha guia nos colocamos em pé também.


- Pois bem SeIfeR, não admito atrasos, não gosto de trabalho mal feito, não admito queixas, não quero reclamações, não quero corpo mole, se chegar atrasado corto sua cabeça e se ousar em me desobedecer vai me ver muito nervosa, estamos entendidos?


Impressão minha ou ela não quer ninguém chegando atrasado?


Fiquei atordoado com tanta informação, ela fala muito rápido e seu sotaque complicou muito meu entendimento do que ela disse, mas Stinky me deu um cutucão de onde inconscientemente saiu um:


- Claro!


- Pois bem, seja bem-vindo ao jornal! Dito isso Angelit esticou a mão para mim onde eu apertei a mão dela.


- Obrigado, vai ser uma... Honra trabalhar com vocês. Disse meio nervoso ainda e tinha a sensação de estar suando mais que uma mãe de porco espinho na hora do parto.


- Ótimo, começa amanhã e sua mesa é a A-13 do primeiro andar, agora se me dão licença eu tenho que trabalhar.


Confesso que fiquei mais calmo depois de sair de lá, o clima estava meio... Tenso demais.


Stinky me acompanhou até o portão principal e em nossa despedida, ela disse que eu iria me sair bem, era só não cometer erros e se despediu de mim com uma piscada de olho amigável.


Do lado de fora eu comecei a me questionar... Será que eu estava pronto para isso?




/part


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[04:16:37]







Continua... 
 

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